segunda-feira, janeiro 05, 2009

A planta

aquela planta
renova a vida se crescida
lenta, atenta se constrói
nutre e é nutrida

aquela planta faz acontecer a vida
que o homem destrói
este quando morre vira adubo
de plantas
que renovarão
a vida
o homem

a planta
ela me olha como eu se fosse o culpado
não sou?
eu a olho como se fosse a saída
não é?
não sei...

tanta dor que me cabe
tanto amor que me mate
eu sei que ela sabe
um cão que não late
que morde
que foge
que insiste em entender
a planta

adianta tentar?
por enquanto o olhar é fugaz
na paz da planta
mas na medida do possível tento alcançar
e ao cansar ainda fito
o mito da planta
encanta
e encantaria mais se eu fosse capaz, compreender...

melhor não
espanta
conhecer o infinito é findar-se num ponto
é preciso faltar
é preciso aceitar
um universo entre a planta e minha sabedoria

não que eu saiba
saber que é vida me basta...
hoje.