terça-feira, janeiro 20, 2009

Muro

Tudo se desfaz e permanece o teu olhar
Minhas paredes caem
Teu olhar, muro abstrato
Me inibe, me impede
Não vou além
Teu olhar não cede
Cada coisa no seu lugar, destruída
Cada coisa, nada
Só o teu olhar é concreto
De certo sou... nada
De nada sou... feito
De peito aberto vou na estrada sem jeito
Amada de longe, tão perto
Permanecem os escombros
E o teu olhar
A pedra, o vento, o passo, o canto
Faz de conta que entendo
Tão natural quanto o meu desejo de te ver calada
De te ver me vendo
Vendo tudo
Mas tudo se desfaz e permanece o teu olhar