sábado, julho 14, 2007

O mar

O mar apunhalava um ar gélido em sua face, e o silêncio das ondas emergia como um soco no estômago. A escuridão de um luar apagado impregnava-lhe a solidão. A nudez era nada perto do desespero de sentir o sangue escorrer pelo corpo. O que havia acontecido? O que estava acontecendo? E o mais importante, o que ia acontecer? Mesmo diante de tanto frio encontrou força e coragem para mergulhar e limpar-se. Mas mal havia entrado na água, saiu. O sangue em seu corpo não era seu, era a água do mar, ou melhor, o sangue do mar. O sangue era ácido, e agora ardia-lhe a tez. E ventava.